Levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que as mudanças de hábitos causadas pelo isolamento social para prevenir a contaminação da Covid-19 fizeram com que magistrados e servidores do Poder Judiciário apresentassem crises de depressão e ansiedade. A AMB é representada no Comitê Gestor Nacional de Atenção à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário do CNJ pela conselheira fiscal Maria Isabel da Silva, que auxiliou nos trabalhos de coordenação da pesquisa.
O estudo foi divulgado nesta segunda-feira (24) no 3º Seminário de Saúde do Poder Judiciário. Mais de 46 mil pessoas foram entrevistadas de 1º a 15 de julho. Leia a íntegra.
No painel em que foi divulgada a pesquisa, a secretária-geral da AMB, Julianne Marques, solicitou que sejam tomadas ações efetivas para que seja assegurada a saúde dos magistrados e servidores, a exemplo da implementação da Resolução CNJ n 294 por todos os Tribunais.
Entre os entrevistados, 47,8% disseram se sentir mais cansados do que antes da quarentena; 42,3% tiveram piora no humor e 48% afirmaram que a rotina de sono foi alterada. O levantamento reforçou o alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) que os casos das doenças têm se agravado nos últimos meses.
Quase 17% dos que responderam à pesquisa disseram ter pensamentos negativos e 25% revelaram ter sentimentos de raiva ou melancolia. O medo foi o sentimento mais citado: metade (50%) dos magistrados e servidores disseram ter medo. Outros sentimentos explicitados foram o desânimo (36%) e a piora de humor (53%).
Sentimentos positivos como a serenidade e o otimismo também foram citados por 14% e 16% dos entrevistados, respectivamente. Alguns também disseram que nos últimos meses sentiram afloramento da gratidão (33%), vontade de ajudar (33%) e esperança (30%).
Isolamento Social
O levantamento também revelou que 47% das pessoas saem de casa uma ou duas vezes por semana; 35% raramente saem de casa; 12% três ou quatro vezes por semana e 7%, cinco ou mais vezes por semana.
Rotina de Trabalho
Entre os entrevistados, 75% estão em trabalho remoto integral e 18% em trabalho remoto predominantemente. Apenas 6% estavam predominantemente ou integralmente no trabalho presencial. A maioria (95%) afirmou que a maior parte de seu tempo estava sendo ocupada pelo trabalho.
Notícia originalmente publicada no site da AMB
Pesquisa do CNJ aponta depressão e ansiedade entre juízes e servidores dos Tribunais na pandemia; AMB solicita ações efetivas
Quadro reforça alerta da Organização Mundial de Saúde que casos das doenças se agravaram nos últimos meses