Seu ato de fundação ocorreu em uma assembléia realizada no dia 8 de novembro de 1986, com a presença de 33 Juízes que, Ã s vésperas da instalação do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, decidiram fundar uma nova entidade associativa para a nova região que seria instalada no interior de São Paulo, a décima quinta.
Foram fundadores os seguintes colegas: Antonino Edson Botelho Cordovil, Antônio Bosco da Fonseca, Antônio Miguel Pereira, Antônio Milaré dos Santos, Carlos Alberto Moreira Xavier, Carlos Roberto do Amaral Barros, Celina Pommer Pereira, Eduardo Benedito de Oliveira Zanella, Élson Nogueira, Fany Fajerstein, Fernando da Silva Borges, Gabriel Lisboa Bacha, Genésio Vivanco Solano Sobrinho, Guilherme Piveti Neto, Henrique Damiano, Iara Alves Cordeiro Pacheco, Irene Araium Luz, João Pedro Gomes, José Antônio Pancotti, José Severino da Silva Pitas, Laurival Ribeiro da Silva Filho, Lorival Ferreira dos Santos, Luiz Antônio Lazarim, Luiz Carlos Diehl Paolieri, Luiz Roberto Nunes, Maria da Conceição Silveira F. Rosa, Marilda Izique Chebabi, Nildemar da Silva Ramos, Pedro Mariano de Oliveira, Roberto Gouvêa, Samuel Corrêa Leite, Sebastião de Almeida e Vilma Iolanda Maroso. Nosso grande agradecimento aos seus fundadores.
Era o início de novembro de 1986 o Brasil se preparava para uma eleição para um Congresso Nacional Constituinte. O Plano Cruzado formulado pelo então Presidente Sarney naufragava, os preços então congelados subiam drasticamente nos mercados com ágio e o desabastecimento era muito grande, medidas absurdas como o empréstimo compulsório para compra de veículos e combustível foram adotadas. Não eram anos dourados, nem de chumbo, mas sim uma época instável e cheia de incertezas em vários aspectos. Era o tempo das Juntas de Conciliação e Julgamento, existia então os classistas, não existia processo sumaríssimo, comissão de conciliação prévia, execução previdenciária de ofício e competência para julgar acidentes do trabalho. Éramos usuários de máquinas de escrever, das cópias em papel manteiga, não havia ainda computador pessoal, fax, telefone celular, muito menos internet. Neste ambiente pós-governo militar, fundava-se uma associação levada pelos ares de novidade do primeiro e até hoje único regional trabalhista instalado em uma cidade do interior, que veio a se tornar o segundo maior do país em movimentação processual, fruto do esforço de seus integrantes nos dois graus de jurisdição. A fundação da Amatra XV se deu na cidade de Campinas e a primeira diretoria veio a ser eleita em março de 1987, em concorridíssima eleição decidida com a diferença de um voto.
O ideal dos 33 fundadores acima floresceu bastante. A Amatra XV, atualmente, é uma das maiores associações de Juízes Trabalhistas do Brasil, alcançando grande destaque nacional. De uma associação modesta, que tinha sua sede compartilhada com a Ajucla, para sua atual sede própria e sua estrutura de atuação, muita coisa boa aconteceu, fruto da luta incessante de seus associados. Hoje a Amatra XV tem participação direta e reconhecidamente importante no associativismo nacional, atuando em diversas bandeiras em todos os poderes da República, influindo na elaboração de leis, em decisões judiciais e administrativas pelas cortes superiores, participando dos grandes debates nacionais em face da reconhecida competência e vanguarda científica dos seus associados.
Participou de vários episódios históricos para a magistratura, como a constituinte de 1988, a explosão de processos nos anos 90, a extinção da representação classista em 1999, as lutas salariais que culminaram com a possibilidade de uma inédita greve em fevereiro de 2000, a proposta da flexibilização de direitos pela negociação em 2002, a reforma da Previdência em 2003 e a reforma do Judiciário em 2004, entre tantas outras lutas que foram travadas e que merecem ser lembradas. Igualmente, enfrentaremos muitos outros desafios, porém cada vez mais preparados e mais unidos. Tivemos muitas alegrias e muitos sofrimentos nesses vinte anos, muito bem vividos pela nossa querida Amatra XV. Fica a saudade dos nossos queridos colegas que nos deixaram.
Além do Seminário Internacional “O Futuro dos Direitos Sociaisâ€? e o jantar de 20 anos, todos no próximo dia 10, ainda teremos para dezembro a publicação de uma obra que registrará os vinte anos da entidade contados pelos seus ex-presidentes, além de divulgar as três monografias premiadas do nosso Concurso.
A Amatra XV cresceu com a liderança de suas diretorias, mas tal crescimento se deve, principalmente, em face do esforço de todos seus associados, com muita dedicação empenhada na construção desta rica história de seus vinte anos e que hoje, devem comemorar com muito orgulho a data. A realidade da Amatra XV prova que o idealismo dos nossos 33 fundadores foram depositados em uma semente tinha que dar certo. A entidade cresceu mais de dez vezes em número de associados (351), os quais se encontram compromissados com o propósito de uma Magistratura e um Poder Judiciário mais acessível e eficiente, bem como de uma sociedade mais justa e solidária.
Nós, associados da Amatra XV, temos muito orgulho em contar nossa riquíssima história, construída com independência e respeitabilidade, nosso maior patrimônio, que é nacionalmente reconhecido.
Parabéns Amatra XV, a somatória das boas idéias com o suor de seus associados ao longo destes vinte anos construiu uma grande realidade e está preparando um futuro cada vez melhor.
Firmino Alves Lima