Amauri Charrua, o Barbosinha, Amauri da XL, Amauri Companheiro, Amauri de Itararé, Amauri do Bocajuruniors, da Feijoíssima, bancário, tricolor, cronista, dos livros, amante da tradição ferroviária, Amauri da Daninha, o pai do Henrique, e até Amauri "João Cilli", numa das anedotas concretas que criou em um dos desconfortos da vida.
Um comunista anárquico democrático, um mexicano revolucionário de espírito, radical, com toda exaltação que essa palavra merece, forjado em autenticidade.
Sabia valorizar uma amizade, opondo-se, provocando. Vários telefonemas, de oitivas longas, deixando claro que "admirava discordando".
Parceiro de ironias. E como sinto falta de mais gente assim! Parceiro de jornadas botequeiras, pelas paradas da Alta Mogiana. Parceiro de devaneios.
Esteve presente nas bodas de ouro, na comenda e na partida de meu pai.
Um defensor do Direito do Trabalho, tão necessário por esses dias.
Amauri, demasiadamente humano, como a certeza da partida, mas não sem memórias.
Vai, Amauri, "vai ser gauche na vida" e, quem sabe, além dela.
João Baptista Cilli Filho
Juiz titular da 3ª Vara do Trabalho de Araraquara/SP