Terça-feira passada, 30/11, a Coordenação do Programa “Trabalho, Justiça e Cidadania” – TJC, no âmbito da AMATRA XV, promoveu a última atividade do ano. A Roda de Conversa que abordou o tema: “Magistério: um dom; uma missão” aconteceu em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Campinas.
A atividade contou com a participação da Juíza Milena Casacio Ferreira Beraldo, Diretora Regional da Circunscrição de Campinas da AMATRA XV, que fez a exposição central.
Durante sua fala, a magistrada fez breve apresentação histórica da educação no Brasil, falou sobre a inserção da mulher como docente, relatou experiência pessoal como Procuradora do Município de Campinas, antes de integrar a magistratura, quando atuou em vários casos envolvendo a classe dos professores. “Tenho muito respeito por essa categoria, pelo empenho e dedicação mesmo sendo uma classe muito desvalorizada”, disse.
Para Janaina Tunussi de Oliveira, Coordenadora Pedagógica do Núcleo de Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos - EJA, o que chamou a atenção durante a exposição, foi a presença das mulheres na educação. “Me fez refletir sobre a presença das mulheres na EJA, como alunas. Porque quando colocamos os empecilhos da rotina do dia a dia, do trabalho, do cuidado com os filhos e com a casa, fica tudo mais complexo”, disse.
De acordo com a Desembargadora Tereza Aparecida Asta Gemignani, Diretora Cultural e de Cidadania da AMATRA XV e Coordenadora regional do TJC, as estatísticas demonstram que quanto maior a escolaridade das mulheres, mesmo que seja depois de alguns anos, maior a mudança para os que vivem ao seu entorno. “O índice de desnutrição das crianças é menor, o aproveitamento escolar das crianças é melhor. A gravidez na adolescência é menor. A educação da mulher tem efeito muito grande na comunidade, não é apenas uma promoção pessoal”, enfatizou.
Para Harian Braga, Professor de Educação Básica de História, a apresentação “nos fez refletir como a história da educação no Brasil, por muito tempo, não estava disponível para todas as pessoas. Era restrita e restritiva”, ressaltou.
O Coordenador Pedagógico do Núcleo de Ensino Fundamental e EJA da Coordenadoria Setorial de Educação Básica, Wladimir Stempniak Mesko, relatou que “temos discutido como a escola de hoje procura se libertar dos processos excludentes a partir dos quais ela foi criada. Antes, havia uma escola que não era para todos. Os que frequentavam, passavam por processo de exclusão. Era natural que nem todos alcançassem certo nível de escolaridade”.
Para José Batista de Carvalho Filho, Gestor dos Programas de Jovens, Adultos e idosos da FUMEC, a escolha do tema foi oportuna "porque estamos vivenciando um momento em que lecionar revela a paixão do professor. Nunca vi tantos desafios para educação. Parece que tudo que fizemos ao longo dos anos está começando do zero. Tivemos que reaprender”, contou.
Veja ou reveja o evento abaixo:
Coordenação do TJC-AMATRA XV realiza última atividade do ano
A Roda de Conversa contou com a participação da Desembargadora Tereza Aparecida Asta Gemignani, da Juíza Milena Casacio Ferreira Beraldo e de educadores de Campinas