A Amatra XV lamenta profundamente a morte da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, 74 anos, na última terça-feira, durante um terremoto no Haiti. Ela viajou para o país para realizar uma palestra na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe, além de outros compromissos. O terremoto atingiu 7 graus na escala Ritcher, destruindo vários prédios na capital, Porto Príncipe, e causando devastação no país da América Central.
Dra. Zilda foi tema da reportagem de capa do Jornal da Amatra XV, em dezembro de 2008 (“Zilda Arns e a rede de voluntários que salvam vidasâ€?). Mesmo com a idade avançada, mantinha uma rotina intensa de viagens pelo Brasil e pelo exterior como coordenadora internacional da Pastoral da Criança, criada por ela em 1983. O projeto é responsável pela redução da mortalidade infantil, principalmente nas regiões mais pobres e distantes dos grandes centros - o índice de mortalidade em comunidades atendidas pela Pastoral é de 11 por mil (número de crianças que morrem antes de completar 1 ano em cada grupo de 1000 nascidas vivas), metade da média nacional.
A Pastoral da Criança está presente nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, somando 4.066 municípios e 42.319 comunidades acompanhadas, com uma média mensal de 1.816.261 crianças atendidas (cerca de 20% das crianças pobres do País) e 262 mil voluntários atuantes.
Além da Pastoral da Criança, Zilda Arns coordenava a Pastoral da Pessoa Idosa, desde 2004, quando foi criada. O trabalho com a “melhor idadeâ€? começou em 1993 como “um braçoâ€? da Pastoral da Criança. O desafio ganhou conotação internacional. Zilda Arns já foi cotada para receber o Prêmio Nobel da Paz, em nome da Pastoral.
Na entrevista ao Jornal da Amatra XV, concedida aos juízes Ana Paula Pellegrina Lockmann e Flávio Landi, ex e atual presidentes da associação, Zilda Arns falou sobre sua infância, sua profissão e o envolvimento com o voluntariado, além de contar diversas histórias sobre o trabalho à frente da Pastoral. Também comentou a indicação ao Prêmio Nobel da Paz, em 2001.
De acordo com o juiz Flávio Landi, presidente da Amatra XV, "Dra. Zilda Arns morreu em plena missão, deixando à comunidade internacional um inestimável legado de luta pela vida e promoção social dos mais carentes".